Por Dom Henrique Soares da Costa De um modo ou de outro, a Palavra do Senhor sempre nos fala da vida, nos revela o sentido, nos mostra o caminho. Hoje, o Cristo Senhor nos apresenta a existência como um punhado de talentos, de dons, de oportunidades que a providência gratuita e misteriosa de Deus colocou em nossas mãos para que façamos frutificar. Certamente, jamais compreenderemos por que nascemos desse modo ou somos daquele outro. A vida é um mistério tremendo, Irmãos; tão tremendo, que o Salmista geme, entre admirado e oprimido:
Podemos, no entanto, ter a certeza de que o Senhor nos deu uma vida, "a cada um de acordo com a sua capacidade".“Ainda embrião Teus olhos me viram e tudo estava escrito no Teu livro; meus dias estava marcados antes que chegasse o primeiro. Como são profundos para mim Teus pensamentos, como são grandes seu número, ó Deus!” (Sl 139/138,16s)
Que é o “Ato Heroico”?
Meditação para o dia 18 de Novembro
Tal é a definição autêntica deste ato aprovado oficialmente pela Igreja e indulgenciado. Chama-se heroico, porque realmente exige uma abnegação de todos os tesouros que possamos lucrar com nossas boas obras e contém uma renúncia de todos os sufrágios que oferecerem por nossa alma depois da nossa morte, em favor das almas do purgatório. Este ato há de ser feito, para ser válido, em perpétuo. É irrevogável na intenção de quem o faz. Não obriga sob pena de pecado. Se alguém, a quem faltou generosidade ou teve receio de se privar de sufrágios depois da morte, quis de novo adquirir para si as suas obras satisfatórias, renunciou ao voto heroico, não comete pecado nem mortal nem venial. Pelo ato heroico não renunciamos o mérito de nossas boas obras, isto é, o que nos dá nesta vida um acréscimo da graça e a glória no paraíso. Este merecimento é nosso e não o podemos perder nem dá-lo aos outros. O ato heroico é uma obra muito meritória, e este mérito de uma obra tão bela e heroica não o podemos perder. Só o mérito do ato heroico quanto não vale para nossa alma! Este mérito não o perdemos. Depois desta obra satisfatória, tudo o mais que fizermos será das almas do purgatório. Desde que fazemos o ato heroico, todas as indulgências que lucramos são das almas. Tudo que de bom possamos fazer e ter mérito e lucrar alguma coisa será do purgatório, direito e propriedade das almas. É uma renúncia total. Só a indulgência plenária da hora da morte não pode ser oferecida para as almas e será nossa, porque não é aplicável aos defuntos.“É o ato que consiste em oferecer à Divina Majestade, em proveito das almas do purgatório, todas as obras satisfatórias que fizermos durante a vida e todos os sufrágios que forem aplicados pela nossa alma depois da nossa morte”
Meditação para o Dia 18 de Novembro
1. "Então os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério". Queriam que a julgasse, para poderem acusar. Que nova malícia contra o maior benfeitor! Jesus, que tudo sabia e que é supremo juiz, negou-se a julgar. Tu, que nada sabes e nada podes, és tão precipitado em julgar o teu próximo. Deus por acaso, te fez juiz dos outros?O Sufrágio da Esmola
Meditação para o dia 17 de Novembro
Um socorro aos mortos dos mais valiosos é a esmola. Não é mister lembrar aqui o valor da caridade. É auxílio ao pobre na terra, alívio aos mortos nas chamas expiadoras do purgatório. Há tanta miséria a socorrer no mundo! Por que não fazermos…
Meditação para o Dia 17 de Novembro
1. "E, entrando em uma aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, que pararam ao longe e levantaram a voz, dizendo: 'Jesus, Mestre, compadece-te de nós'". Lança um olhar sobre tua alma, talvez cheia de faltas e pecados, qual lepra espiritual. Se nada perceberes, pior para ti. Os santos encontraram em si faltas e manchas, e tu de tudo te julgas isento? Convence-te de teu mísero estado e recorre àquele que unicamente pode salvar-te. Oxalá que a lepra de tua alma não se torne incurável por adiares tanto uma conversão séria!Que são as indulgências?
Meditação para o dia 16 de Novembro
Entende-se por indulgência a remissão ou perdão das penas temporais devidas a Deus pelos pecados já perdoados em quanto à culpa, remissão concedida pela Igreja pela autoridade eclesiástica fora do Sacramento da Penitência. As penas eternas são perdoadas ao pecador que faz penitência, mas nem sempre as penas temporais. Há necessidade de fazer penitência e sofrer um pouco em reparação dos pecados cometidos. Daí a pena temporal pelos pecados. Ora, a Igreja que recebeu o poder de perdoar a pena eterna, muito mais o tem para remir da pena temporal. “Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra, será desligado no céu”, disse Jesus a Pedro. Na Igreja primitiva os fiéis recebiam grandes penitências pelos seus pecados acusados. Havia penitências públicas bem duras e longas. Jejuns a pão e água por vários dias na semana e por alguns anos. Em crimes mais graves como o homicídio, por exemplo, o penitente fazia doze e mais anos de penitências públicas, algumas das quais bem humilhantes. Nas faltas mais leves, o jejum de quarenta dias (uma quarentena). Depois, com o tempo, atendendo à fraqueza humana e aos tempos, a Igreja permitiu que as penitências públicas fossem substituídas por esmolas, cruzadas, peregrinações e outras obras que serviam para expiação dos pecados. As penas canônicas foram substituídas pelas indulgências concedidas aos que fizessem algumas boas obras ou atos de piedade. Quando eram perdoadas todas as penitências, era a indulgência plenária, e quando uma parte, a indulgência parcial. Assim, quando se diz uma indulgência plenária quer dizer que o fiel lucra um perdão de todas as penitências que deveria fazer pelos seus pecados e os castigos que deveriam merecer suas faltas com penas temporais. Uma indulgência de cem dias, por exemplo, se entende que deveria fazer cem dias de penitências por seus pecados e com uma oração recitada piedosamente ou outra boa obra pode satisfazer esta dívida que tem para com Deus.Meditação para o Dia 16 de Novembro
1. "O reino dos céus é comparado a um homem que quis tomar contas a seus servos. Ao tomar contas, apresentou-se um que lhe devia dez mil talentos". Quantia enorme! Tu, entretanto, deves ainda mais, porque não há divida maior que a do pecado. Por ti, jamais poderás pagá-la. Que seria de ti, se Deus não se compadecesse? Como o rei ao servo, assim Deus a ti já muitas vezes perdoou toda a dívida. Aos anjos, que pecaram só uma vez, não perdoou. Não mereceste, entretanto, sorte igual? Onde tua gratidão?Um meio de Socorrer as Almas
Meditação para o dia 15 de Novembro
Somos obrigados a fazer penitência se quisermos salvar nossa alma. Só há dois caminhos para entrar no céu: o da inocência e o da penitência. Nosso Senhor dos adverte:Ora, a penitência, além de nos ser necessária, é muito meritória, e a podemos aplicar em sufrágio das pobres almas do purgatório. Tiraremos duplo proveito: nossa santificação e o alívio das almas sofredoras. O sofrimento junto com a prece tem uma eficácia extraordinária para alcançar de Deus todas as graças. Outrora, vemos na Escritura, quando os Profetas e o povo de Deus desejavam obter do céu misericórdia ou graças, entregavam-se aos jejuns, cilícios e austeridades. Nossa penitência aqui é muito meritória. Soframos pelos mortos!“Se não fizerdes penitência, todos vós igualmente perecereis”
“Aliviemos as almas do purgatório, diz São João Crisóstomo, aliviemo-las por tudo o que nos penaliza, porque Deus tem cuidado em aplicar aos mortos os méritos dos vivos”