NUNCA como hoje, neste período de tréguas (porque dificilmente podemos chamar aos nossos tempos «pacíficos»), houve tão grande presteza para o sacrifício. Este espírito ainda não se patenteia em toda a sua clareza; permanece oculto, como a água debaixo da terra.
Meditação para o Dia 28 de Julho
A escola dos santos foi a escola da cruz. Não se encontrará um só que não tenha passado por muitas e grandes tribulações para chegar à glória. E todos abençoaram e amaram apaixonadamente a cruz."Os santos – diz a Imitação (1) – e amigos de Cristo serviram o Senhor em fome, em sede, em frio e nudez, em trabalhos e fadigas, em vigílias e jejuns, em orações e santas meditações, em perseguições e muitos opróbrios. Oh! Quantas e quão graves tribulações padeciam os apóstolos, os mártires, os confessores, as virgens e todos os demais que quiseram seguir as pisadas de Cristo! Pois aborreceram neste mundo suas vidas para as possuírem na eternidade" (2)
Por Dom Henrique Soares da Costa
Amigo, vai aqui um pouco de catequese para que nossas ideias sejam realmente católicas, fieis à constante Tradição Apostólica presente na Igreja de Cristo: A Bíblia não é um livro único; é uma coleção de 73 escritos, produzidos num arco de cerca de 1.300 anos. Neles, nesses livros, está contida a Palavra de Deus, porque foi o próprio Espírito do Senhor quem, misteriosamente, como só Ele sabe fazer, inspirou tudo quanto os autores sagrados escreveram. É um incrível e admirável mistério: por trás das palavras humanas dos autores daqueles textos está a Palavra única do próprio Deus! «TENHO mau gênio», ou «bebo demais», «estou sempre a criticar» ou «sou preguiçoso», são queixas familiares a quantos acreditam ainda que a nobreza de caráter é um objetivo importante. Não fariam tais afirmações se não tivessem um forte desejo de romper a cadeia dos hábitos maus. E podem realizar este desejo, porque todo o hábito mau pode ser suprimido. Mas para se libertar dele, requerem-se quatro coisas:
Meditação para o Dia 27 de Julho
É a prosperidade castigo. O homem feliz na terra se esquece do Céu, materializa-se, nada sabe. “Quem não sofre que é que pode saber?” – pergunta a Escritura. Os prazeres enervam e nos tornam incapazes de pensar nas coisas eternas. Diz São Paulo, e com razão, que o homem animal não percebe as coisas espirituais. Falai em Deus, alma e eternidade a um desses gozadores da vida. Ele não vos entenderá.“Eu tremo – dizia Santo Ambrósio – quando vejo o pecador feliz”
SE não tivermos uma ideia clara do que é ser normal, jamais saberemos quando nos afastamos do padrão de saúde mental e moral. E por isso a compreensão de como um ser humano «funciona»... ou deve «funcionar» ajudar-nos-á a dominar-nos a tempo, e a aplicar travão às nossas tendências para a anormalidade.
Meditação para o Dia 26 de Julho
Quando Maria Antonieta seguiu o caminho do Patíbulo, disse, com muita fé e resignação:Ela tinha razão. O sofrimento é, na verdade, um sacramento, que um santo acrescentava aos sete da Igreja. O oitavo Sacramento de amor e de misericórdia! Quantas graças não nos traz do Céu! O que perdeu a graça a encontra, muitas vezes, na dor. Quantos santos, em gozo da glória, estariam talvez hoje no Inferno, se não tivessem sofrido, se a Divina Providência não os houvesse ferido com a adversidade!“Vou receber um grande sacramento”
ENTRE muitos pensadores superficiais de nossos dias, há tendência para ensinar que todo o ato humano é um reflexo sobre o qual não podemos ter domínio. Desejariam classificar a ação generosa como não digna de mais apreço que o pestanejar, o crime como não mais voluntário que um espirro. Esses falsos pensadores julgam que o homem está «condicionado» a agir desta ou daquela maneira, sem liberdade de eleição nem responsabilidade pelas suas boas ou más ações. Afirmam que o crime e o pecado são causados por falta de campos de jogos, ou por um traumatismo de infância, que transformou a vítima em «criança difícil» e a impediu, para sempre, de se «adaptar» à realidade e às suas exigências.
Meditação para o Dia 25 de Julho
Podemos expiar nossos pecados aqui e pagar vantajosamente a nossa pena pela penitência. E o sofrimento, suportado pacientemente, ajuda-nos a fazer o purgatório neste mundo. Diz a Imitação de Cristo:“Aqui tem grande e saudável purgatório o homem paciente, que, recebendo injúrias, mais se dói da maldade do injuriador que da sua própria ofensa; que roga a Deus, sinceramente, por seus inimigos, e de coração perdoa os agravos e, se alguém o ofendeu, não tarda em pedir-lhe perdão; que mais facilmente se compadece do que se ira; que se faz violência a si mesmo e trabalha por sujeitar de todo a carne ao espírito. Melhor é purgar agora os pecados do que deixá-los para os purgar na outra vida” (1)
UM pai deu a seu filho um jogo de paciência, constituído por recortes do mundo, e disse-lhe que os recompusesse. O rapaz acabou por formar o mapa do mundo num espaço de tempo extraordinariamente breve. Quando o pai, admirado, lhe perguntou como é que ele o tinha conseguido, o rapaz respondeu:
«Havia a figura de um homem do outro lado; quando reuni devidamente as peças relativas ao homem, aquele saiu perfeito»