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Primeiro Mistério Glorioso: A Ressurreição

A Ressurreição de Jesus

Evangelho de São Mateus 28, 1-8; São Marcos 16, 1-8; São Lucas 24, 1-8; São João 20, 1-10.

Na noite de sábado, quando já raiava o primeiro dia da semana, Maria Madalena, Maria Mãe de Tiago e Salomé, compraram perfumes para vir embalsamar a Jesus. No primeiro dia da semana, partindo muito cedinho, estando ainda escuro, chegaram elas ao sepulcro, ao levantar do sol, trazendo os perfumes que tinham preparado. E diziam entre si: quem nos há de afastar a pedra da entrada do sepulcro? Porque era muito grande. Eis que houve um grande terremoto; um Anjo do Senhor desceu do céu, e aproximando-se rolou a pedra e sentou-se sobre ela. O seu aspecto era o de um relâmpago e as suas vestes como a neve.

De medo dele assustaram-se os guardas e ficaram como mortos. Maria viu a pedra afastada do sepulcro e foi correndo ter com Simão Pedro e com o outro discípulo que Jesus amava e lhes disse:

— Tiraram o senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram. As outras mulheres viram também a pedra afastada do sepulcro, e entrando não encontraram o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que estando elas consternadas por esse motivo, eis que se apresentaram junto delas dois homens vestidos de roupas, deslumbrantes. E como elas se atemorizassem e baixassem os olhos para o chão lhes disseram eles: Não temais, porque sei que procurais a Jesus que foi crucificado. Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou como tinha dito. Recordai-vos do que vos disse Ele quando estava ainda na Galileia!

É preciso que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos pecadores que seja crucificado e que ressuscite ao terceiro dia.

Vinde ver o lugar onde foi posto o Senhor, e ide prontamente dizer aos seus discípulos e a Pedro que Ele ressuscitou e vai adiante de vós para a Galileia; aí o vereis, como ele vos disse.

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Fruto: A Fé

A ressurreição de Cristo Nosso Senhor é o dogma sobre o qual se afirma todo o edifício de nossa crença. Já o dissera o Apóstolo:

“Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé?”

Diz bem o padre Monsabré:

“O Salvador desceu da cruz à sepultura. Uma pedra dura encobre seus despojos, e nesta pedra a autoridade inquieta manda pôr selos. Tudo lá estava — Doutrina, lei, instituições, promessas, exemplos, benefícios, milagres, tudo está perdido e sem recurso se a corrupção convence ser mentira o que Ele ensinou como mensageiro da verdade. Se Cristo não ressuscitou nossa fé é vã.

Porém, a hora prevista e anunciada de há muito, o túmulo se abre e Cristo ressuscita! Doutrina, lei, instituições, promessas, exemplos, benefícios, milagres, tudo ressuscitou com ele. Nossa fé é verdadeira” – Le Saint Rosaire

Avivemos a nossa fé, tudo quanto nos foi ensinado por Cristo Nosso Senhor é verdade. A ressurreição o prova maravilhosamente. A fé é um dom do céu. E sem fé é impossível agradar a Deus, diz o Apóstolo. Vivemos num mundo de incrédulos e que zomba das coisas santas e nem sequer pensa nas realidades eternas. Tantos Cristãos tíbios na sua fé e que vivem como se alma, Deus e eternidade fossem apenas uma poesia ou imaginação piedosa.

Reavivemos a nossa fé! Felizes os que creem! Tudo é possível àquele que crê, diz Nosso Senhor.

“Tende fé e sereis capazes de levantar montanhas”

Que à hora da morte possamos ouvir de Jesus:

“Tua fé te salvou”

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Intenção: Pelos Incrédulos

Oremos pelos que não têm como nós, a felicidade de crer. Há tantas almas boas e generosas a se debaterem em crises dolorosas de ceticismo, e só Deus sabe que dramas interiores se passam em muitos corações! Tenhamos compaixão dos incrédulos. Não há talvez entre nossos parentes, amigos, alguns destes infelizes? O Rosário de Maria, a vencedora de todas as heresias, por certo é a mais eficaz de todas as orações depois da Missa, pela conversão dos incrédulos. Ao recordarmos cada vez o mistério da Ressurreição que o Apóstolo chama a pedra fundamental de nossa fé vamos conquistando pela oração e o sacrifício, nossos irmãos incrédulos. Mais orações e menos polêmicas! Que a Virgem do Rosário tenha compaixão de tantos pobres cegos, tantos desgraçados filhos pródigos da incredulidade.

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EXEMPLO

O Beato Monfort e o Rosário

Grande apóstolo do Rosário de Maria, foi essa figura singular e extraordinária de Mariologia do século XVIII.

O Bem-aventurado Luiz Maria Grignon de Monfort escreveu uma obra: Le secret du très saint RosaireO segredo do santíssimo Rosário, onde revela os prodígios da Rainha dos devotos marianos.

Um dos biógrafos do Beato, o padre Texier, da Companhia de Maria, diz que Leão XIII se impressionou tão profundamente com a doutrina de Grignon de Monfort sobre o Rosário, e o valor da devoção de Maria, que se fez apóstolo desta devoção nas luminosas Encíclicas e decretos hoje tão conhecidos. Eis alguns dos seus mais expressivos pensamentos sobre o Rosário:

“Rogo-vos encarecidamente, pelo amor que vos tenho em Jesus e Maria, que rezeis todos os dias o vosso Terço e até mesmo se dispuserdes de tempo o vosso Rosário; pois na hora da morte haveis de abençoar o dia e a hora em que destes crédito às minhas palavras, e depois de terdes semeado nas bênçãos de Jesus e Maria haveis de colher bênçãos eternas no Céu!

— Não há melhor sinal para conhecer se uma pessoa é de Deus do que examinar se ela gosta de recitar a Ave-Maria e o Rosário. Digo se ela gosta, porque poderá acontecer que a mesma esteja na impossibilidade natural, ou mesmo sobrenatural, de recitá-los, mas gostará sempre de fazê-lo e de inspirá-lo a outrem.

E vira o homem de Deus tantos prodígios que afirmava:

‘Se eu tivesse certeza que as minhas palavras, unidas à experiência que Deus se serviu de me dar sobre o poder do Rosário, haviam de vos convencer e resolver a pregar o santo Rosário, contar-vos-ia um sem número de maravilhosas conversões de que fui testemunha devidas à eficácia divina de tão santa devoção'”

Fora o Beato Monfort o fundador de um instituto religioso de missionários e um grande apóstolo das missões populares. Eis os conselhos que dava:

“Expliquem aos pobres as orações e os mistérios de que se compõe o Rosário inteiro, em alta voz, com o oferecimento dos mistérios em três tempos diferentes” (Regulamento para os seus missionários da Companhia de Maria).

— Se perseverardes fiéis em rezar devotamente o Rosário até a morte, mesmo apesar da enormidade de vossos pecados, eu vos garanto, recebereis uma coroa de glória que não murchará jamais.

— Ainda que vos achásseis com um pé no inferno, ainda que tivésseis vendido vossa alma ao demônio… tarde ou cedo vos convertereis e vos salvareis, contanto que rezeis devotamente todos os dias o santo Rosário até a morte.

Aconselhamos o Rosário a todos indistintamente; aos justos e aos pecadores; àqueles, para perseverarem e crescerem na graça de Deus; a estes para se converterem, abandonando seu triste estado.

— Assim como não há oração mais proveitosa à alma nem mais agradável para Jesus e Maria que o Rosário, assim também, não há oração que seja mais difícil de recitar-se bem, por causa das distrações que sobrevêm originadas especialmente pela repetição frequente das mesmas preces.

— A recitação do Rosário acompanhada da meditação dos mistérios, é uma escola que nos instrui e educa insensivelmente na ciência do conhecimento e do amor perfeito de Jesus e Maria, nos purifica dos pecados, nos alcança vitória contra nossos inimigos, nos facilita a prática das virtudes e nos enriquece de mérito para a vida eterna.

A devoção do Rosário quotidiano defronta-se com tantos e tais inimigos, que julgo uma das mais assinaladas mercês de Deus, o perseverar na mesma até a morte. Persevera meu irmão e conseguirás a coroa imarcescível, preparada no céu como prêmio e recompensa à tua fidelidade. — Esto fidelis usque ad mortem et dabo tibi coronam gloriae. Sê fiel até a morte e receberás a coroa eterna da glória!

Que admirável apóstolo do Rosário!

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(BRANDÃO, Monsenhor Ascânio. O Mês do Rosário, Edições do “Mensageiro do Santíssimo Rosário”, 1943, p. 215-222)