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Guerreiros

Na linda natureza de Deus
Uma vista de olhos aos grandes e célebres homens de armas e estadistas. Também aqui deparamos, como alhures, magníficos exemplos de sincera vida religiosa.

No ano 1787 reuniu-se Washington com 55 companheiros para uma decisiva deliberação, tratava-se de tomar uma decisão acerca do destino dos Estados Unidos da América do Norte. Levantou-se o idoso Franklin e disse:

“Senhores, vamos rezar! Atingi uma idade avançada, mas, quanto mais velho fico, mais claramente percebo que a causa da humanidade é dirigida por Deus. Se um pardal não pode cair do telhado sem sua permissão, como poderia fortalecer-se um país sem seu auxilio?”

Tilly (1559-1632), um dos maiores generais da história, vitorioso de 22 grandes batalhas, era fervoroso católico e congregado mariano. Três objetos levava sempre consigo à luta: a espada, o crucifixo e o rosário. Esse bravo guerreiro assistia todos os dias à Santa Missa e, ferido gravemente, comungava todos os dias até o desenlace que o encontrou a dizer as palavras do Salmo:

“Senhor, em Vós esperei, e não serei confundido”

O Príncipe Eugênio de Savoia (1663-1736), o grande vencedor dos turcos, confessava-se antes de cada batalha. Vendo seus soldados, com quanta devoção recitava o terço, diziam:

“Em breve teremos uma batalha, ele está de novo rezando”.

André Hofer (1767-1810), o libertador do Tirol, visitava a igreja duas vezes ao dia, e depois do jantar recitava o terço com os amigos.

Todos conhecem a fé zelosa de João Hunyadi.

Sobre o púlpito de Hindenburg está escrito: Ora et labora! “Noto na frente de batalha”, dizia ele certa vez, “quando em casa afrouxa a oração”.

Mackensens, aluno, escreve a sua mãe:

“Quando penso em meu futuro, confio em Deus e na oração de minha carinhosa mãe…”

O general Foch:

“Nas horas mais difíceis, sustentou-me a fé na vida eterna, em Deus bom e compassivo. A oração foi a luz de minha alma”.

Não é preciso continuar.

Sei muito bem que se poderiam trazer nomes de incrédulos ou indiferentes, embora sábios. Mas isso não elimina a força de documentação dos exemplos acima. Pois a fé em última análise, não somente obra da razão, mas também da vontade, e sobretudo um dom de Deus. Pode alguém ter estudado, e, no entanto, ser incrédulo. Admito-o. Mas os exemplos acima atestam que alguém pode ser o maior sábio, o homem mais ativo e, a par disso, um fervoroso filho de sua religião.

Numa palavra: Fé e ciência não se excluem mutuamente.

Santo Agostinho termina suas “Confissões” com as seguintes palavras:

“Criaste-nos para Vós, meu Deus, e nosso coração está inquieto enquanto não repousa em Vós”.

Essas palavras do grande conhecedor do coração humano podem ser aplicadas ainda hoje às múltiplas lutas da alma. Pois ainda hoje há homens que querem dar à vida terrena uma orientação sem Deus.

A Revolução Francesa experimentou construir um Estado sem Deus. Após vários anos de terror sanguinolento e de terrível depravação de costumes, Robespierre viu-se obrigado a mandar colocar no frontispício das igrejas a inscrição: Le peuple français croit en Dieu et á l’imortalité de l’âme – “O povo francês crê em Deus e na imortalidade da alma”.

Ao ateu se escancara, além dos limites da natureza visível, a treva, o nada. A alma humana, porém, não se satisfaz com isso. Ela considera a natureza, as múltiplas maravilhas da fauna e flora, a pasmosa multiplicidade das espécies animais, insetos, flores. Donde vem tudo isso? “Lei de evolução”’, responde alguém. Pois sim, mas quem determinou tal evolução e regulou sua orientação?

São perguntas que sempre se fizeram, desde que há homens… Ê os maiores gênios da humanidade tiveram uma única resposta: Deus.

Deus, o Ser infinitamente poderoso, sábio e eterno, que criou o universo e lhe imprimiu as leis da evolução e, ainda hoje, tudo dirige por sua onipotência.

Duas vezes na vida o homem está particularmente próximo de Deus: na infância, começo da vida, e na velhice, término da existência. Entre ambos, a juventude é para muitos o período do naufrágio na fé. Quando as forças nascentes distendem ao máximo a presunção juvenil, haverá facilmente uma crise de fé. Verdade é que, após muitos contratempos, a vida ensina à maior parte a confiar em Deus. Tu, porém, meu jovem, não esperes pelas advertências das ilusões. Dobra o joelho, eleva teu coração ao Pai Celeste e descansa tua fronte em sua poderosa mão. O amor e o temor de Deus seja o inabalável alicerce de tua vida.

No admirável quadro “A Escola de Atenas” de Rafael, estão os dois maiores filósofos da Grécia: Aristóteles e Platão. O primeiro olha pensativo para a terra, o segundo eleva seu olhar as estreias. Filho, aonde quer que olhes, à terra ou ao céu, para ti mesmo ou para o mundo imenso, procura descobrir sempre os traços do Onipotente.
Inclina tua fronte diante Dele, e sê um filho obediente de teu Deus e Senhor!

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(TOTH, Monsenhor Tihamer. Na linda natureza de Deus. Editora S. C. J., 1945, p. 187-190)