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Convivência de São José com Jesus e Maria

São José, protetor da Sagrada Família

Tire o maior proveito desta Meditação seguindo os passos
para se fazer a Oração Mental proposta por Santo Afonso!

Descendit cum eis et venit Nazareth, et erat subditus illis – “Desceu (Jesus) com eles e veio para Nazaré, e lhes estava sujeito” (Lc 2, 51)

Sumário. Que bela sorte foi a de São José por ter vivido tantos anos em companhia de Jesus e Maria! Naquela família, não se tratava senão da maior glória de Deus; não havia outros pensamentos ou desejos senão a vontade de Deus; não se falava senão sobre o amor que Deus tem aos homens e que os homens devem a Deus. Oh! Se nós também soubéssemos aproveitar-nos da oportunidade, teríamos igualmente a ventura de viver com Jesus, presente na Santíssima Eucaristia. Procuremos portanto visitá-Lo frequentemente e unamos os nossos afetos aos de Maria e José!.

I. Jesus, depois de ser encontrado no templo por Maria e José, voltou com eles para a casa de Nazaré, e viveu ali com José, até à morte deste, obedecendo-lhe como a seu pai. Considera a santa vida que José ali levou em companhia de Jesus e Maria. Naquela família não havia outro empenho senão a maior glória de Deus, não havia outro pensamento e desejo senão o agrado de Deus, não se conversava senão sobre o amor que os homens devem a Deus e que Deus tem aos homens; particularmente por ter enviado ao mundo o seu Unigênito para sofrer e terminar a vida num mar de dores e de desprezos pela salvação do gênero humano.

Ah, com que lágrimas de ternura não deviam Maria e José, tão bem entendidos nas divinas Escrituras, falar na presença de Jesus sobre a sua dolorosa paixão e morte! Com que ternura não deviam, conversando, recordar que, segundo a profecia de Isaías, o objeto de seu amor havia de ser um dia o homem de dores e de desprezos; que os inimigos haviam de desfigurá-Lo a ponto de não mais ser conhecido pelo mais formoso que era; que haviam de rasgar-Lhe de tal forma as carnes pelos açoites, que seria como que um leproso todo coberto de chagas e feridas; que seu amado Filho havia de sofrer tudo com paciência, sem querer abrir a boca para queixar-se de tantos ultrajes, que se deixaria levar à morte como um cordeiro, e finalmente seria pregado num madeiro infame entre dois ladrões, para terminar a vida pela força dos tormentos. — Considera que afetos de compaixão e de amor deviam ser despertados por tais colóquios no coração de José.

II. Avivemos a nossa fé! Nós também, à imitação de São José, podemos viver continuamente na companhia de Jesus Cristo, porquanto está verdadeiramente presente no Santíssimo Sacramento do altar. Procuremos, portanto, fazer-lhe cada dia uma visita, e, sendo possível, mais de uma. Achando-nos na presença de Jesus sacramentado, pensemos na sua dolorosa Paixão e unamos os nossos afetos aos de São José e de Maria Santíssima. Todos os Santos estiveram abrasados no amor de Jesus sacramentado e de sua Paixão e assim fizeram-se Santos.

Ó santo Patriarca José, pelas lágrimas que derramastes contemplando antecipadamente a Paixão de vosso Jesus, alcançai-me contínua e terna memória dos tormentos de meu Redentor. E pelas santas chamas de amor que estes pensamentos e colóquios acendiam em vosso coração, obtende-me uma centelha dele para minha alma, a qual, por seus pecados, tanto contribuiu para as dores de Jesus. — Ó Maria, vós que tanto padecestes em Jerusalém à vista dos tormentos e da morte de vosso querido Filho, impetrai-me uma grande dor de meus pecados.

E Vós, meu dulcíssimo Jesus, que padecestes tanto e morrestes por meu amor, fazei com que nunca me esqueça da vossa caridade. Meu Salvador, vossa morte é a minha esperança. Creio que morrestes por mim. Pelos vossos merecimentos espero salvar-me. Amo-Vos de todo o meu coração, amo-Vos sobre todas as coisas, amo-Vos mais que a mim mesmo. Amo-Vos e por amor de Vós estou pronto a sofrer toda a pena. Detesto, mais que todos os outros males, o desgosto que tenho causado a Vós, meu supremo Bem. Não desejo mais outra coisa senão amar-Vos e agradar-Vos. Ajudai-me, meu Senhor, não permitais que eu torne a separar-me de Vós.

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(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 42-44)