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História Eclesiástica

História Eclesiástica

História da Igreja 5ª Época: Capítulo V

Jansênio

Depois da solene condenação do protestantismo no concílio de Trento, pode gozar a Igreja de alguma paz até que apareceu o Jansenismo, heresia que deve seu nome a Cornélio Jansênio, seu autor. Natural de Accoy na Holanda e filho de pobres artistas, foi por um caridoso barbeiro guiado na carreira dos estudos. Mas, para sua primeira desgraça, contraiu amizade com um tal De-Vergel, conhecido na história sob o nome de Abade de São Cirano. Uniu-se a isto o ensino do Dr. Janson, o qual se esmerava em infundir em seus discípulos a doutrina de Baio, doutor da Universidade de Lovaina, condenado pela Igreja. Não obstante isto, como Jansênio ocultava seus erros, e parecia bastante douto nas ciências sagradas e mui apto em fazer obras de caridade, foi nomeado bispo de Iprés no ano 1636. Foi curto seu episcopado, porque dois anos depois morreu de peste, aos 53 ele idade.

História da Igreja 5ª Época: Capítulo IV

Henrique IV

O calvinismo tinha feito rá­pidos progressos em França, especialmente por culpa de seus reis; e até tentou, por meio de Hen­rique IV, sucessor de seu cunhado Henrique III, e chefe da facção calvinista, sentar-se no trono pa­ra infeccionar e corromper toda a nação. Porém, Deus preservou a França de semelhante desgraça, que teria sido a mais deplorável de todas, fazendo com que Henrique conhecesse e abraçasse a verdadeira religião. Este, primeiramente se instruiu bem nos dogmas que ensina a santa Igreja Católica, depois mandou comparecer à sua presença os ministros protestantes e perguntou-lhes se acreditavam que ele podia salvar-se na Igreja romana. Estes, depois de refletir seriamente, responderam-lhe que sim.
"Pois então, disse ele muito sabiamente, porque vós a abandonastes? Se os católicos afirmam que ninguém pode salvar-se em vossa seita; e vós afirmais que na deles pode-se conseguir a salvação, parece-me mais conforme à razão seguir o caminho mais seguro, e preferir aquela religião em que, segundo o sentir comum, eu posso salvar-me"
Dessa maneira o rei abjurou solenemente o calvinismo, recebeu do Papa a absolvição das censuras em que tinha incorrido, e trabalhou para fazer florescer a Religião em seus estados. Ano 1593.

História da Igreja 5ª Época: Capítulo III

Concílio Tridentino (Concílio de Trento)

A guerra encarniçada que os protestantes tinham declarado a Igreja, e a necessidade urgente de reanimar no clero e no povo a santidade dos costumes, tornavam necessária a convocação de um concílio ecumênico. Convocou-o, efetivamente, o Papa Paulo III, em Trento, cidade do Tirol italiano, donde, tomou o nome de Concílio Tridentino. Este é o décimo nono concílio ecumênico. Durou mais de dezoito anos, por ter sido interrompido diversas vezes, por causa da epidemia ou das guerras. Abriu o concílio o Papa Paulo III, no ano 1545; foi continuado sob Júlio III, e levado a feliz termo, no ano 1563, no pontificado de Pio IV, graças ao zelo do infatigável São Carlos Borromeu.

História da Igreja 5ª Época: Capítulo II

Novas Ordens Religiosas

Enquanto os hereges se esforçavam para destruir a Igreja, a Divina Providência suscitava novas sociedades de religiosos e uma multidão de doutores, que com suas fadigas apostólicas, com sua santidade e com suas obras cheias de erudição cristã fizeram­-na florescer em todas as partes do mundo. A Ordem dos Teatinos, a dos Barnabitas, dos Capuchinhos, dos Somascos, dos Fate-bene fratelli, e muitas outras congregações religiosas, a instituição das quarenta horas, a celebração do Concílio de Trento, São Caetano, São Jerônimo Emiliano, São João de Deus, São Tomas de Vilanova, Santo Inácio de Loiola, São Francisco Xavier, São Pedro de Alcântara, São Filipe Neri, São Pio V, Santa Teresa, São Carlos Borromeu, São Francisco de Sales e muitos outros repararam gloriosamente os danos causados a religião.

História da Igreja 5ª Época: Capítulo I

Sobre a Quinta Época

Nesta época foi a Igreja tão fortemente combatida, que parecia já tivesse chegado o tempo do Anticristo; porém, não obstan­te isto, conseguiu novos triunfos. Acomete-a um dilúvio de hereges, e muitos de seus ministros, em vez de defendê-la, se rebelam contra ela e abrem-lhe profundas feridas. Unem-se a estes os Príncipes seculares que a oprimem com o ferro, com a devastação e o sangue. O demônio se esconde debaixo do manto de sociedades secretas e de uma filosofia mundana e sedutora, mas falsa e corruptora: excita rebeliões, e suscita perseguições sanguinolentas. Deus porem, desvanece os esforços do inferno e os faz servir para sua glória. Novas ordens religiosas, missionários incansáveis, pontífices grandes pela santidade, zelo e sabedoria, unidos todos em um só coração e em uma só mente, e fortalecidos pelo braço do Todo Poderoso defendem heroicamente a verdade e levam a luz do Evangelho até os últimos limites da terra, conseguindo a Igreja novas conquistas e ainda mais gloriosas vitórias.

História da Igreja 4ª Época: Capítulo VI

Milagre do Santíssimo Sacramento em Turim

A história eclesiástica, como já vimos, conta muitos milagres, operados por Deus, confirmando a presença real de Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia. Um destes aconteceu em Turim tão pública e solenemente, que mereceu esta cidade o título de Cidade do Sacramento. Ao anoitecer do dia 6 de junho de 1453, passavam por Turim alguns ladrões, que conduziam um jumento carregado de mercadorias. Vinham de Exilles, lugar perto de Susa, que por graves revezes ocasionados pela guerra, tinha sido saqueado. Atreveram-se a roubar até mesmo uma igreja e levaram até a custódia com a santa Hóstia, que com outros objetos, se achava sobre o jumento. Enquanto atravessavam aqueles ímpios a cidade de Turim, ao chegarem em frente da igreja de São Silvestre, empacou o animal, parou e caiu no chão. Os que o conduziam davam-lhe fortes pancadas para fazê-lo levantar e andar, porém debalde. Neste ínterim, rompem-se as ligaduras de um pequeno embrulho, levanta-se no ar o vaso sagrado, e aparece a Hóstia santa, mais resplandecente que o sol, em presença de todos os que se achavam ali reunidos. Avisado o bispo Ludovico, da família dos marqueses de Romagnano, acode com o clero com grande acompanhamento de povo e em sua presença, abre-se e cai a custódia, ficando radiante no ar a Hóstia Divina. Então de todas as partes ouve-se a multidão exclamar: Ficai conosco, ó Senhor! Novo prodígio! A Santa Hóstia, que até então tinha ficado elevada no ar, descendo pouco a pouco até o cálice que preparara o bispo, é levada solenemente à catedral. No lugar onde se deu esse prodígio foi levantada a igreja do Corpo de Deus. Eis donde teve origem a devoção dos Turineses ao Santíssimo Sacramento. Para conservar e aumentar esta devoção, o arcebispo Luiz Franzoni instituiu em Turim as Quarenta Horas perpétuas que se sucedem alternativamente em cada uma das igrejas da cidade, e nunca falta um núcleo de almas escolhidas que adore a Jesus Sacramentado exposto à veneração pública.

História da Igreja 4ª Época: Capítulo V

Residência dos Papas em Avignon

A antiga sede do romano pontífice, onde São Pedro, divinamente inspirado, colocou o centro de toda a Igreja e do orbe católico, é Roma. Desde São Pedro até o ano 1305 nun­ca saíram dela os Papas, senão obrigados pela violência ou pela perseguição. E nesse caso logo que se viam livres, voltavam à cidade que, pelos seus monumentos religiosos, pelos mártires nela sacrificados pelos santos que a ilustraram, e pelos milagres de que foi testemunha em todos os tempos, com justo título adquiriu o direito de ser a capital do mundo cristão. Neste ano (1305), porém, uma série de tristes acontecimentos obrigou ao Papa a se retirar de Itália e fixar sua residência em Avignon, cidade que se acha na parte da França, chamada condado Venosino. Foi causa principal disto o rei de França e de Nápoles, chamado Filipe o Belo, que muito bem merece o nome de açoite da Igreja. Este queria, como fica dito, imiscuir-se nas coisas da religião, mas como o pontífice se opunha a seus perversos desígnios, a fez sair de Roma. Queria que o Papa fixasse sua morada em França para depender dele, fazendo-se assim Filipe, de certo modo, dono da Igreja. A morte de Benedito XI a Santa Sé esteve vacante quase um ano, sendo depois eleito Clemente V, francês, que foi coroado em Lion no ano 1305. Como continuassem em Roma as discórdias e prepotências, e não estivesse ali segura a liberdade, nem a vida dos Papas e dos concidadãos, o novo pontífice julgou conveniente estabelecer sua residência em Avignon.

História da Igreja 4ª Época: Capítulo IV

Jubileu

Era tradição constante entre os cristãos que, indo a Roma no ano secular para visitar a Igreja de s. Pedro e as outras principais basílicas, ficavam perdoados todos os seus pecados. No ano 1300, foi tão grande o concurso, que pareceu se tivessem aberto ali as portas do céu. Muitos peregrinos por causa do aperto de tamanha multidão, pereciam esmagados ao passar a ponte de Sant'Angelo para ir ao Vaticano. Então o pa­pa Bonifácio VIII, reuniu todas as notícias ante­riores e publicou uma bula, em que, depois de indicar a origem e o fim do jubileu, concedeu indulgência plenária a todos os fiéis que confessados e arrependidos visitassem as quatros basílicas principais; indulgência que se devia renovar ca­da cem anos. Uma pintura, obra do célebre Giotto que vivia naquele tempo, e que ainda existe na basílica de Latrão, representa o Papa Bonifácio VIII no ato de publicar dita bula. Clemente VI querendo imitar o jubileu dos judeus, limitou o tempo a 50 anos para que participassem dele maior número de fiéis. Urbano IV considerando ainda que este prazo era demasiado longo, o reduziu a 33 anos. Mais tarde Xisto IV o diminuiu ainda mais, reduzindo-o a 25. Às vezes concedem os Papas jubileus por extraordinárias necessidades da Igreja. Em outros tempos, nas épocas de jubileu, acorria a Roma grande multidão de fiéis; mas agora, os sumos pontífices permitem aos católicos que gozem do jubileu em seus próprios países.

História da Igreja 4ª Época: Capítulo III

São Tomas de Aquino

Entre os santos que brilharam neste tempo por grande saber e virtu­de, merecem singular menção os doutores. São Boaventura, toscano, e Santo Tomas de Aquino. Este último, nascido, de nobre família napolitana aos cinco anos de idade entrou para ser educado no convento dos Beneditinos do Monte Cassino. Mais tarde, ao manifestar seus desejos de se consagrar a Deus na ordem dos Pregadores, os parentes para impedi-lo encerraram-no em um calabouço. Pessoas infames tentaram-no ali gravemente para ver se lhe faziam perder a pureza, porém saiu Tomas vencedor, afugentando-as com um tição aceso. Saindo do cárcere, foi a Paris, onde estudou teologia sob a direção do célebre Alberto Magno. Ainda que fizesse maravilhosos progressos nas Ciências e na piedade, sabia ocultar de tal sorte seu talento, que seu silêncio era julgado necessidade, pelo que seus condiscípulos chamavam-lhe boi mudo. Mas o mestre, que bem o conhecia, dizia aos que mofavam dele, que algum dia os sábios mugidos do boi mudo ressoariam em toda a terra. Aos 25 anos tomou a seu cargo a cadeira de filosofia e teologia na universidade de Paris. Os ouvintes que corriam para aprender em tão célebre mestre, apelidaram-no o Anjo das Escolas.

História da Igreja 4ª Época: Capítulo II

Santo Antonio de Pádua

Entre os primeiros discípulos de São Francisco sobressai Santo Antonio de Pádua, glória de sua ordem e esplendor de seu século. Nasceu em Lisboa, e aos quinze anos abraçou a ordem de santo Agostinho; porém chegando a Coimbra os corpos de cinco franciscanos, martirizados em Marrocos, sentiu-se arder em desejos de entrar na mesma ordem para conseguir mais facilmente a palma do martírio. Pondo-se em Viagem para ir pregar o Evangelho aos Sarracenos, so­breveio-lhe violenta enfermidade, que lhe fez tomar a resolução de voltar à Espanha. Mas Deus dispôs que fosse à Itália, e que depois passasse à cidade de Pádua, da qual tomou o nome. Começou a pregar ali e nos lugares circunvizinhos com tanta eficácia, que todos ficaram admirados do imenso poder de sua palavra. Conta-se que para ouvi-lo, saíam de noite os habitantes da cidade e iam apinhar-se na Igreja, e que os camponeses abandonavam seus campos, os empregados e trabalhadores suas ocupações para poderem ouvi-lo.