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Tag: comunhão

Que o homem não seja curioso escrutador do Sacramento, mas humilde imitador de Cristo, sujeitando sua razão à santa fé

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XVIII

Voz do Amado 1. Foge do desejo curioso e inútil de investigar este profundíssimo mistério, se não te queres afogar num abismo de dúvidas. Quem quer perscrutar a majestade será oprimido por sua glória (Pr 25,27). Mais pode Deus fazer, que o homem compreender. Contudo é permitida uma piedosa e humilde investigação da verdade, que sempre está inclinada a ser instruída e segue a sã doutrina dos Santos Padres.

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Do ardente amor e veemente desejo de receber a Cristo

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XVII

Voz do discípulo 1. Com suma devoção e abrasado amor, com todo o afeto e fervor do coração, desejo receber-vos, Senhor, como muitos santos e pessoas devotas o desejaram, os quais vos agradaram principalmente pela santidade de sua vida e pela ardentíssima devoção que os animava. Ó Deus meu, amor eterno, meu único bem, bem-aventurança interminável! Desejo receber-vos com o mais ardente afeto e a mais digna reverência que jamais sentiu ou pôde sentir santo algum!

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Como devemos descobrir nossas necessidades a Cristo e pedir sua graça

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XVI

Voz do discípulo 1. Ó dulcíssimo e amabilíssimo Senhor, a quem desejo agora devotamente receber, vós conheceis minha fraqueza e a necessidade que sofro; sabeis em quantos males e vícios estou emaranhado, quantas vezes estou oprimido, tentado, perturbado e manchado! A vós peço consolação e alívio. Convosco falo, meu Deus, que sabeis todas as coisas e a quem são manifestos todos os segredos do meu coração; vós sois o único que me pode perfeitamente consolar e socorrer. Sabeis os bens de que mais necessito e quão pobre sou em virtudes.

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Que a graça da devoção se alcança pela humildade e abnegação de si mesmo

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XV

Voz do Amado 1. Com perseverança deves buscar a graça da devoção, pedi-la com instância, esperá-la com paciência e confiança, recebê-la com agradecimento, guardá-la com humildade, com diligência aproveitá-la, cometendo a Deus o tempo e o modo da celestial visita, até que se digne visitar-te. Deves principalmente humilhar-te quando pouca ou nenhuma devoção sentes em teu interior, sem, todavia, ficar abatido ou entristecer-te demasiadamente. Muitas vezes dá Deus num momento o que negou por largo tempo, e às vezes concede no fim da oração o que no princípio diferiu.

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Do ardente desejo que têm alguns devotos de receber o corpo de Cristo

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XIV

Voz do discípulo 1. Oh! Como é grande, Senhor, a abundância da vossa doçura, que reservastes para os que vos temem! (Sl 30,20). Quando me lembro, Senhor, de alguns devotos que se aproximam do vosso Sacramento com o maior fervor e afeto, fico muitas vezes confuso e envergonhado de mim mesmo, por chegar tão tíbio e frio ao vosso altar e à mesa da sagrada comunhão; por ficar tão seco e sem fervor de coração; por não estar de todo abrasado diante de vós, meu Deus, nem tão veementemente atraído e comovido, como estavam muitos devotos, que, pelo grande desejo de sagrada comunhão e amor sensível do seu coração, não podiam reprimir as lágrimas, mas com a boca da alma e do corpo ao mesmo tempo suspiravam ardentemente por vós, a fonte viva, não podendo mitigar nem saciar essa fome doutro modo, senão recebendo vosso corpo com toda alegria e ânsia espiritual.

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Que a alma devota deve aspirar, de todo o coração, à união com Cristo no Sacramento

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XIII

Voz do discípulo 1. Quem me dera, Senhor, achar-me só convosco, para vos abrir todo o meu coração e vos gozar como deseja a minha alma a ponto que já ninguém em mim reparasse, nem criatura alguma se preocupasse comigo ou olhasse para mim, mas que só vós me falásseis e eu a vós, como costuma falar o amante com seu amado, e conversar o amigo com seu amigo! Isto peço, isto desejo: ser unido todo a vós e desprender o meu coração de todas as coisas criadas, e pela sagrada comunhão e freqüente celebração da Santa Missa achar cada vez mais gosto nas coisas celestiais e eternas. Ah! Senhor meu Deus, quando estarei todo unido a vós, absorto em vós, e completamente esquecido de mim? Vós em mim e eu em vós; concedei que fiquemos assim unidos!

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Que a alma se deve preparar com grande diligência para a sagrada comunhão

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XII

Voz do Amado 1. Sou amigo da pureza e dispensador de toda santidade. Busco um coração puro, e este é o lugar do meu repouso. Prepara-me um cenáculo grande e bem ornado, e nele celebrarei a Páscoa com meus discípulos (Lc 22,12; Mt 26,18). Se queres que eu venha a ti e fique contigo, lança fora o velho fermento e limpa a morada do teu coração. Desterra dele o mundo todo e o tumulto dos vícios; assenta-te, qual passarinho solitário, no telhado, e relembra teus pecados na amargura de tua alma (Sl 101,8). Porque todo amante prepara para o seu amado o melhor e mais belo aposento, porque nisto se conhece o amor de quem acolhe o amado.

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Que o corpo de Cristo e a Sagrada Escritura são sumamente necessários à alma fiel Voz do discípulo

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo XI

Voz do discípulo 1. Ó dulcíssimo Senhor Jesus, quão grande é a doçura de uma alma devota que toma parte no vosso banquete, no qual outro manjar não há que se lhe ofereça, senão vós mesmo, seu único amado, suprema aspiração de todos os desejos de seu coração! Também a mim seria doce derramar em vossa presença lágrimas do mais terno amor e com a piedosa Madalena banhar os vossos pés com meu pranto; mas onde está essa devoção, onde essa copiosa efusão de santas lágrimas? Por certo, na vossa presença e na dos santos anjos, meu coração devia inteiramente ficar abrasado e chorar de alegria, pois vos tenho verdadeiramente presente no Sacramento, embora oculto sob estranhas espécies.

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Que não se deve deixar por leve motivo a sagrada comunhão

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo X

Voz do Amado 1. A miúdo deves recorrer à fonte da graça e divina misericórdia, à fonte de bondade e de toda pureza, para que possas ser curado de tuas paixões e vícios, e merecer ficar mais forte e vigilante contra todas as tentações e enganos do demônio. Sabendo o inimigo qual é o fruto e o eficacíssimo remédio que se encerra na santa comunhão, procura por todos os modos e em qualquer ocasião impedir e afastar dela, quanto pode, as almas fiéis e piedosas. 2. Pois a muitos sucede que, quando tratam de preparar-se para a santa comunhão, sofrem as piores sugestões de Satanás. Esse espírito maligno (como está escrito no livro de Jó 1,6) mete-se entre os filhos de Deus, para, com sua costumada malícia, perturbá-los ou torná-los demasiadamente tímidos e escrupulosos, a fim de lhes diminuir a devoção ou com suas investidas arrancar-lhes a fé, para que deixem de todo a comunhão ou só se lhe aproximem com tibieza. Mas não se há de fazer caso algum das suas manhas e sugestões, por mais torpes e horríveis que sejam; ao contrário, todas essas fantasias se hão de rechaçar sobre a sua cabeça. Desprezo e irrisão merece esse malvado, e por causa de suas investidas ou inquietações não se há de deixar a comunhão.

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Que devemos com tudo quanto é nosso oferecer-nos a Deus, e orar por todos

Livro IV. DEVOTA EXORTAÇÃO PARA A SAGRADA COMUNHÃO

Capítulo IX

Voz do discípulo 1. Senhor, vosso é tudo quanto existe no céu e na terra. Desejo oferecer-me a vós em oblação voluntária e ser vosso para sempre. Senhor, na simplicidade do meu coração me ofereço hoje a vós por servo perpétuo em obséquio e eterno sacrifício de louvor. Recebei-me com este santo sacrifício de vosso precioso corpo, que vos ofereço hoje na presença dos anjos, que a ele invisivelmente assistem, a fim de que sirva para minha salvação e de todo o povo. 2. Senhor, ofereço-vos sobre vosso altar de propiciação todos os meus pecados e delitos que tenho cometido em vossa presença e de vossos santos anjos, desde o dia em que pela primeira vez pequei até à hora presente, para que os consumais e queimeis no fogo de vossa caridade, também apagueis todas as manchas de meus pecados e purifiqueis minha consciência de toda a culpa e me restituais a vossa graça, que perdi pelo pecado, perdoando-me tudo plenamente e admitindo-me na vossa misericórdia ao ósculo da paz.

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